terça-feira, 2 de dezembro de 2008

GESTALT


Pessoal,
Vejam nesta matéria da Veja o lindo exemplo de uma intervenção gestáltica no campo da aflição de um aluno da Especialização em GT do Instituto Müller-Granzotto, nosso caro Neomar Cézar.
Resgate emocional
O psicólogo Neomar Cezar tem passado os últimos dias conversando com vítimas da enchente que estão em abrigos de Blumenau e cidades próximas. Sem se identificar, ele se aproxima das pessoas e inicia uma conversa. Seu método é fazer com que seus interlocutores valorizem aquilo que não foi perdido - familiares ou bens materiais. “Se a pessoa só olha para trás, para o que se foi, dificilmente conseguirá reconstruir a vida”, explica.
No início de cada conversa, Cezar geralmente escuta histórias de muita dor, com uma longas listas de coisas destruídas e de pessoas desaparecidas. Quando é informado de que algo sobreviveu à tragédia, ele começa a fazer perguntas. Ficou uma geladeira? Dá para voltar a usar? De que cor é? Cabe bastante coisa? A mesma estratégia vale para pessoas. O irmão que sobreviveu trabalha com o quê? Vai encontrá-lo nos próximos dias? Do que ele gosta? Nesse momento o tom da conversa muda e a pessoa começa a perceber que ainda há pelo que viver, pelo que lutar, um ponto para o recomeço de suas vidas. “Muitos ainda não se deram conta de que sobreviveram. Não perceberam que há coisas que permaneceram e continuarão no futuro”, diz Cezar.
Na opinião do psicólogo, o trabalho é mais bem-sucedido com as pessoas que estão acostumadas com enchentes – caso da maioria dos moradores de Blumenau. Mais complicada é a situação dos que nunca vivenciaram uma tragédia. “Moradores de Luiz Alves relataram que ouviram um estrondo e correram para o morro. Quando chegaram lá, viram as árvores caindo na direção deles. Estavam completamente perdidos. Nunca passaram por algo assim, não sabiam o que fazer”, diz. Cezar e duas colegas de profissão fundaram o grupo “Do Luto há vida”. Os três trabalham atualmente como voluntários em Blumenau.

Abraço a todos

Rosane e Marcos

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