segunda-feira, 8 de agosto de 2011

SÍNDROME DO “MOZINHO”

Revirando meus arquivos achei um artigo que comecei a algum tempo atrás e que deixei de lado por causa da correria e falta de tempo. Li de novo e teria que arrumar muita coisa ainda, mas vale compartilhar. Tem uma certa dose de "humorzinho"...

SÍNDROME DO “MOZINHO


“O tema é um ponto de partida para um poema e não um ponto de chegada, da mesma forma que a bem-amada é um pretexto para o amor”. Mário Quintana


Diante de fatos que me aparentaram ser tão expressivos, me vi intrigada com o comportamento dos seres humanos em relação ao que se diz respeito ao amor. Tão comum ou presente em nossas vidas o amor surge e se instala no individuo. Quando expressado reflete um tipo de comportamento no mínimo esquisito/curioso (sem deixar de ser singular), ou qualquer outra definição que ainda não tenho a capacidade de transformar em palavras, permanece para mim, ainda, muito enigmático. Este comportamento refletido é expresso de diferentes maneiras, com expressões tão diversas quanto os mistérios que existem entre o céu e a terra. Exagero? Você já reparou? Já parou para observar tal tipo de comportamento? Pois é... para mim é evidente o transparecer de um certo “sei lá o que” um tanto incompreensível. É claro que ainda é muito cedo para poder afirmar qualquer tipo de coisa a respeito da síndrome do “mozinho” (nome ainda em construção), mas é de grande atração as primeiras constatações observáveis que podem ser feitas sem maiores esforços.
Tudo parece iniciar-se aparentemente normal/de forma natural. O casal se conhece e se trata pelo nome, o tempo vai passando, a intimidade vai se construindo e ficando cada vez maior. Os apelidos vão começando a surgir, até ai tudo bem. Depois de certo tempo os apelidos vão se transformado em “apelidinhos”... O comportamento vai se mostrando cada vez mais intrigante. Primeiramente os apelidos se voltam para os diminutivos, mas não contentes com os inhos e inhas o casal começa a generalizar e a usar derivativos, sinônimos, adjetivos, animais e o que mais a criatividade deles puderem lhes proporcionar e forem capazes de inventar. Conforme a história de cada um vai acontecendo, todas as suas vivências e besteiras cotidianas vão tornando a coisa cada vez mais preocupante. Digo preocupante, pois enxergamos neste momento o nível de intimidade de um casal quando o “apelidinho” pelo qual eles se chamam começa a ficar indecifrável. Geralmente são “apelidinhos” que não fazem alusão a coisa nenhuma (e nós nunca saberemos de onde estes tão criativos apelidos surgiram).
O tempo continua a passar e os tais “apelidinhos” vão se tornando o menor dos problemas. Somados aos tão carinhosos “apelidinhos” estão os comportamentos, a linguagem usada, os cuidados exagerados, as diferentes maneiras de tratamento e expressão de sentimentos, que chegam a ser sufocantes... é uma emoção de ampliação quase patológica. Os acometidos por este sentimento parecem perder a sua individualidade, a sua identidade e poder de raciocínio. Sentem-se, agora, resgatando a sua identidade apenas quando na presença desse outro (permanecem sob seu poder). Mas é claro que não podemos generalizar, ou falar que isso seja ruim. O que quero refletir aqui é a mudança que acontece no comportamento de cada pessoa quando esta está apaixonada. Dentro desta linha de raciocínio o amor pode ser compreendido como um “vício”, uma espécie de droga que debilita a mente do individuo e o faz entrar num processo de intensa regressão...


Ana Carolina dos Santos Rateke
Email: carolinarateke@hotmail.com